Avaliação da Indian Chief Classic 2017

Por Thiago Albuquerque (texto e fotos)

A Indian chegou ao Brasil em 2015, 6 anos após a sua “ressureição” que começou em 2009, depois da marca ser comprada por uma companhia inglesa especialista em reestruturações, e que foi concluída quando o grupo Polaris a adquiriu em 2011. A estratégia para o Brasil, claro, é competir com a Harley Davidson e, para isso, o país terá a única linha de montagem da marca fora de sua casa em Springfield, Massachussetts (Estados Unidos).

Quando soube que teria a oportunidade de testar a Indian Chief Classic, tive uma sensação mista de ansiedade por pilotar um dos maiores ícones do motociclismo mundial e um certo frio na barriga pois, mais adepto das motos esportivas, teria que me adaptar a essa gigante de 341kg, 2,63 metros de comprimento e mais de 16kgf de torque.

Mas é só sentar na Chief que você começa a se acalmar: o assento a apenas 660mm do chão e a posição do guidão trazem conforto e segurança e já me indicavam que a ciclística seria muito melhor que a esperada para uma motocicleta deste porte. Com a chave no bolso (o sistema é keyless), ligo a ignição e dou a partida, tendo mais uma boa surpresa: o ronco do motor é potente, porém suave e o nível de vibração baixíssimo pouco lembra um 2 cilindros. A Chief não grita, ela não precisa.

O visual art-deco traz bem próximas as lembranças das Indians da década de 40 com seus para-lamas cobrindo praticamente metade das rodas, sendo o dianteiro ornamentado pelo índio que identifica a marca e que é iluminado por um led que acende assim que a ignição é ativada. Também não há economia nos cromados que destacam ainda mais o enorme farol com linhas que dão continuidade ao painel, localizado no centro tanque de combustível e com fácil visualização, exceto nos dias de sol pois os cromados refletem um pouco da luminosidade nos olhos do piloto.

A nostalgia do visual contrasta com a modernidade da eletrônica (de dar inveja a qualquer superbike). A Chief possui piloto automático, computador de bordo, conta-giros digital e uma central eletrônica que traz toda a memória da moto, facilitando o diagnóstico de eventuais problemas mecânicos ou eletrônicos. O cabeamento é todo interno, no guidão, o que ajuda a limpar o visual e destacar o design.

A mecânica também é moderna. Instalado sobre o chassis de alumínio fundido está o motor Thunder Stroke 111, um 2 cilindros em V (a 49graus)  de 1.811cc (ou 111 polegadas cubicas, que estão no seu nome) e que geram incríveis 16.48kgf.m de torque a 3000rpm, conferindo uma grande elasticidade, poupando muito as trocas de marcha e facilitando a vida principalmente na cidade. Os freios possuem ABS com disco duplo na dianteira e simples na trazeira, o suficiente para transmitir confiança na pilotagem.

Essa combinação entre o tradicional e o moderno formam um conjunto que certamente irá conquistar muitos fãs no Brasil e atrapalhar a vida das líderes no segmento custom. A diversão, entretanto, é para poucos pois o preço sugerido é de R$67.990 (que pode facilmente chegar a R$ 90 mil com acessórios), ficando um pouco abaixo, por exemplo, da HD Fat Boy (R$ 69.900,00), mas com o benefício de um projeto mais moderno e uma moto mais exclusiva.

 

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