Por Marcelo Silva / Fotos: Marcus Lauria
Ele não é exatamente o líder do mercado, mas é a versão sedã do líder e, da frente até a porta traseira, não há nada que diferencie o Prisma do Onix, incluindo o interior, bem como sua motorização e mecânica. De qualquer forma, o Chevrolet Prisma ficou em 5º lugar nas vendas de Setembro/2017, com 6.123 carros vendidos, que fazem do Prisma o sedã mais vendido no mercado brasileiro. Isto posto, será que o carro tem predicados suficientes para justificar sua fama? Vejamos.
Visualmente o Prisma ficou bem mais interessante na linha atual, especialmente na versão LTZ topo de linha, graças aos LEDs nos faróis, nova grade e traseira, além de uma série de pequenas alterações visuais que deixaram o carro mais próximo do Cruze, pelo menos no visual. Além disso o carro ganhou alterações pontuais que melhoraram a aerodinâmica, como a altura de rodagem reduzida e as aletas no assoalho do carro, itens que contribuem para o carro ficar até 18% mais econômico.
Seu motor 1.4 passou por modificações para ficar mais liso e econômico, adotando pistões e bielas 5% mais leves, módulo eletrônico 40% mais rápido, óleo 0W20 de baixíssima viscosidade e anéis de baixo atrito. Todo o motor foi repensado para aumentar a eficiência energética, isso explica o fato da potência ter continuado em 98/106 cv @ 6.000 rpm e o torque ter sido mantido em 12,9/13,9 kgfm @ 4.800 rpm. A transmissão automática sequencial de seis velocidades foi reprogramada e, com isso, aproveita bem mais seu casamento com o motor.
Frugal, o Prisma tem um bom rendimento. Com gasolina, observamos 11,8 km/l na cidade e 16,6 km/l na estrada, sempre com o ar-condicionado ligado. Para um carro com transmissão automática convencional, é um número excelente. E o desempenho do motor 1.4 se mostrou coerente com a proposta do carro, com aceleração de 0-100 km/h em 11,7 s.
Do lado de dentro, o carro traz o mesmo padrão de acabamento de antes, com bons encaixes mas plásticos duros por toda a região. Uma novidade é a central multimídia MyLink 2, que possui espelhamento de aplicativos de celular e também comunicação com o sistema de Concierge OnStar, item de série no Prisma 2017. De qualquer forma, velhos defeitos na ergonomia persistem, como o banco do motorista com posicionamento muito elevado e a falta de regulagem em profundidade da coluna de direção. O espaço interno do Prisma é primoroso, com amplo espaço para passageiros de qualquer altura no banco traseiro. Seu porta-malas também agrada, com 500 litros de capacidade.
Rodando na cidade, o Prisma agrada pelo ajuste confortável e suave de suas suspensões. Mesmo com a carroceria mais baixa, o carro manteve seu rodar confortável e sua capacidade de transpor lombadas e outros dejetos viários comuns no Brasil. O motor 1.4 dá conta das acelerações e retomadas no circuito urbano, enquanto o câmbio AT de 6 velocidades cumpre seu papel de forma bem mais suave e rápida do que na linha anterior.
Na estrada, com o carro vazio, o Prisma entrega desempenho razoável, com ótimo funcionamento do câmbio automático, praticamente sem qualquer necessidade de recorrer às trocas manuais. Porém, com mais peso no carro o propulsor 1.4 começa a perder fôlego, embora ainda seja suficiente para que uma família viaje de forma mais digna do que em um carro com motor 1.0. Seus freios são bem calibrados e a estabilidade do carro é boa, com pouca rolagem e tendência dianteira no limite.
Embora se trate de um carro confortável, econômico e com nível de equipamentos bem equivalente aos rivais, no quesito segurança, o Prisma traz apenas os obrigatórios airbags frontais e freios com ABS. Custando R$ 69.190, seria interessante contar com bolsas laterais e de cortina, além de um controle de estabilidade, item primordial em segurança ativa. Talvez a reação da Chevrolet venha com a chegada do VW Virtus e da versão sedã do Argo, que irão colocar água no chopp do Prisma. Até lá, vida longa ao Rei.
CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=eQmuZaW8HtA