Estava brincando em um track day quando, em um piscar de olhos, surgiu um Citroen DS3 em meu retrovisor com seus vistosos LEDs pedindo passagem. Imediatamente dei seta para a direita e recolhi-me na insignificância dos 107 cv do meu Ford Ka Sport. Mas o DS3 teve sua vida fácil interrompida por um Audi A1 que surgiu ainda mais rápido, em uma cena que remeteu à histórica batalha da Linha de Maginot, aonde o francês cedeu seu território ao alemão que apontou mais equilibrado no hairpin traiçoeiro à direita.
Há dois pontos em comum a serem destacados nesse meu devaneio: o primeiro ponto é que todos os carros em questão são pocket rockets (foguetes de bolso), ou seja, carros pequenos o suficiente para a falta de espaço dos centros urbanos e também rápidos o bastante para fugir dessa falta de espaço. O segundo ponto em comum é que são todos carros econômicos, que consomem menos de 1 litro a cada 12 km em média, ou seja, sabem se divertir sem pagar uma conta de três dígitos na balada.
O problema é que as opções de pocket rockets são poucas, sendo que desses, apenas Ka e March são sonhos possíveis para os pobres mortais. Acima destes, há o HB20 1.6 (com câmbio manual) que não puxa para o lado da esportividade mas faz estrago com seus 128 cavalos bem nutridos. Fiat Palio Sporting e Renault Sandero GT Line usam maquiagem denorex e ficam devendo em agilidade.
Caríssimas montadoras, seus consumidores imploram: nós queremos mais pocket rockets. Deixem os “contadores de grãos” falando sozinhos e ofereçam mais versões divertidas com peças disponíveis na prateleira. Dona VW, há sim um público aguardando ansioso o retorno do Gol GTI. Coloquem um 1.4 TFSi de 122 cv nele, não cobrem os olhos da face e nós ficaremos felizes. E quanto à Fiat? Todos adorariam ver um Palio 1.8 E.TorQ com 132 cv ou mesmo uma Uno 1.6 R de volta com o E.TorQ 1.6 e 117 cv. Já quanto à Renault, que tal um Renault Clio 1.6 16V por R$ 30 mil? E imagino quão delicioso seria um Chevrolet Onix com coração 1.8 16V Ecotec de 140 cv.
Mas para a brincadeira ficar completa enquanto as montadoras não ouvem nossas súplicas, só a partir do Fiat Punto T-Jet (1.4 turbo com 152 cv por R$ 55.740 com 152 cv, que não é tão “pocket” assim mas serve), depois Citroen DS3 (1.6 turbo de 165cv por R$ 79.990) e Audi A1 (1.4 turbo de 122 cv com câmbio DSG por R$ 89.900). Os Mini mais fortes ficam acima de R$ 100 mil e são igualmente divertidos. Mas, quer saber? Se você pode pagar por um deles, faça isso, o que esses carros devolvem no fator diversão não tem preço.
Concordo em gênero, número e grau!
Um DS3 cai muito bem pra quem anda na cidade. Um 500 multi-air também não é nada mal. O Punto T-Jet nem tá tão caro assim.
Mas realmente temos poucas opções…culpa das seguradoras, colocou alguma coisa de esportivo no carro, já era, dobra o preço do seguro….
Sem dúvida os “pocket rockets” das décadas de 80 e 90, deixaram saudades, porém, acredito eu que as montadoras não fabricam mais esse tipo de carro porque pelo preço que se pagaria neles, daria para comprar um médio de categoria superior e mais recheado de equipamentos, ai então a escassez desse tipo de carro em nossas ruas.